Entrevista


Entrevista realizada com a estudante do curso de Psicologia da Universidade Federal de Uberlândia, Thamara Alves.

Para você o que é motivação?

Motivação é a vontade de empregar um determinado esforço em relação alguma atividade. Essa vontade é condicionada pela capacidade que o esforço em questão tem de satisfazer a necessidade do indivíduo, sendo esse o conceito de motivação geral, ou seja, o esforço direcionado para qualquer meta. Quando tal processo se aplica à empresa, a diferença se encontra no tipo de meta, sendo que estas são voltadas para o trabalho e a organização em si.

O que você acha sobre a teoria de motivação de Abraham Maslow, Clayton Alderfer e David McClelland?

A teoria da motivação de Maslow propõe uma hierarquia das necessidades humanas; elas são fisiológicas, de segurança, sociais, de auto estima e auto realização respectivamente em ordem crescente de significância. Alderfer, por sua vez, classifica as necessidades humanas em três categorias: de existência, de relacionamento e de crescimento. Por fim, McClelland identifica as necessidades de realização, associação e poder.
Sabendo que essas são as principais teorias de conteúdo da motivação, cada uma delas contribui de forma singular para compreender o processo de motivação em relação ao trabalho. Mesmo que elas compartilhem entre si um interesse comum que tem como cerce principal a necessidade do indivíduo, todas elas tratam as necessidades de formas distintas a serem analisadas. Portanto, acredito que cada uma tem sua importância se aplicada de forma adequada ao que se quer analisar.

Para você quais são as vantagens e desvantagens dessas teorias?

A principal vantagem dessas teorias é de tentar mensurar as necessidades individuais a fim de tornar plausível o desenvolvimento da motivação no contexto do trabalho. Juntamente com a questão de motivação entra o aspecto de satisfação no trabalhador, sendo essa uma das maiores consequências pressupostos teóricos. Quando se leva em consideração os aspectos individuais de cada sujeito para explicitar a motivação dentro do ambiente de trabalho, considera-se o ser humano como uma pessoa e não apenas como fruto de uma construção social. No entanto, na vivência prática de tais teorias, a realidade organizacional possui uma importância que é, algumas vezes, deixada de lado.
Deve-se considerar que para que haja produtividade dentro de uma determinada empresa, não necessariamente o indivíduo tem vontade ou motivação para fazê-lo. É preciso levar em conta que mesmo que o sujeito tenha necessidades e esteja disposto a dispender determinada energia para que tais sejam sanadas, nem sempre a organização trabalhista lhe dá oportunidade para tal. Esse processo de desencontro de interesse de empregado e empregador pode gerar um movimento de desmotivação. Nesse ponto, explicito uma das maiores críticas às teorias motivacionais: de onde surge a motivação? Esse é um questionamento que não foi respondido até os dias presentes e, apesar dos esforços em explicitar teorias rebuscadas sobre o tema, ainda não se sabe o que motiva o trabalhador de fato. Dessa forma, a desvantagem das teorias está no fato de apartarem do centro das discussões que o ser humano é, além de um sujeito único, composto e influenciado por aspectos ligados à política, economia, laços sociais e afetivos, sociais, biológicos, psicológicos, dentre tantos outros. Assim, não basta que a pessoa tenha motivação para alcançar determinada meta, é preciso levar em consideração se o ambiente em que ela está inserida lhe oferece suporte e oportunidade para tal.  

Realizada por Luiza Salles Bernardes de Souza.

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